segunda-feira, 3 de agosto de 2009

No jardim: Renata Job, entre a água, o sangue e a secura

Yerma é uma peça de teatro escrita em 1934 por Federico Garcia Lorca, poeta espanhol . A personagem título vive a impossibilidade de gerar, em um ambiente extremamente fecundo, e ainda submetida às regras de sua casta e de uma sociedade patriarcal e tradicional. Durante todo o texto, são feitas relações e metáforas entre a água, o sangue e a secura. Yerma é a encarnação da frustração, e apesar de todo o tempo transcorrido de sua escritura, ecoa nas impossibilidades e adiamentos dos nossos sonhos de hoje.

Penso essa tímida intervenção como um diálogo com o teatro, tanto pela apropriação do texto quanto pela noção de montagem, cuja duração está intimamente ligada ao acontecimento. Impermanência, fragmentação, atuo no nível da memória. Os registros são assim entendidos, como marca, lembrança, que nunca dá conta do fato. O fato: o tempo escoa. Tentamos retê-lo através da arte.

ou:

O que é um achado? Quando criança, pedrinhas muito redondas ou muito pontudas, tampinhas metálicas, terra de cores diferentes, minúsculas florzinhas vermelhas no meio da grama, trevos de quatro ou mais folhas. Ser criança é estar mais perto das coisas, ou das pequenas coisas de que se pode dizer: poesia. Minha criança procura por algum achado, bola uma armadilha: um achado para outros.

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